O investimento em criptoativos tem sido a nova onda entre brasileiros
A quantidade de CPFs brasileiros considerados investidores em Bitcoin já é maior do que a quantidade de investidores em bolsa de valores (Bovespa) do Brasil, segundo o G1, esse número já é o dobro dos investidores tradicionais e também é maior do que a soma de todos os investidores em tesouro direto no país.
Basicamente, uma criptomoeda consiste em um meio de troca digital que utiliza uma tecnologia de ledger distribuído (DLT), mais comumente o blockchain (como o caso do Bitcoin). Algumas arquiteturas são mais centralizadas, como Ripple (XRP), Stellar (XLM) e EOS (EOS), enquanto outras são mais descentralizadas como Litecoin (LTC), Dash (DASH) e o próprio Bitcoin. O que determina o grau de centralização ou descentralização de uma moeda virtual é a quantidade de usuários não únicos que possuem (stake) as moedas e também a quantidade de usuários únicos que faz parte do protocolo (em termos de votação para a segurança da rede, mineração ou ainda mantendo uma cópia completa do histórico de transações da rede, o chamado full node).
Mas quais são os catalisadores por trás desse interesse em moedas digitais? Alguns especialistas indicam que países subdesenvolvidos onde a moeda corrente sofre inflação constante (como a Venezuela – por exemplo) são mais propensos a terem uma adesão maior às criptomoedas, que acabam sendo utilizadas como reserva de valor. Nas palavras de Spencer Bogart reveladas na revista Exame: “O forte interesse dos países emergentes pode ser um reflexo das moedas locais relativamente menos estáveis ou um subproduto da exposição maior a crises financeiras e econômicas, que tornam um sistema alternativo como o bitcoin relativamente atraente“. Como os criptoativos possuem inflação controlada e definida por código de programação, onde a curva de emissão de novos tokens decai com o tempo, os investidores se sentem protegidos. A Escola Austríaca de economia defende que a expansão da base monetária é uma das principais causas da inflação e das recessões. Antes de 2009, quando ocorreu a primeira transação de Bitcoin na rede, a única opção de proteção financeira (reserva de valor) em relação às moedas oficiais dos países era o ouro. As criptomoedas representam mais uma opção interessante de diversificação.
Mas provavelmente esse não seja o único motivo que tem impulsionado o crescimento desse mercado no Brasil. A possibilidade de altos ganhos atrai muitos especuladores, afinal mercados emergentes carregam consigo grandes potenciais de lucro. Para quem está começando na área, o recomendado é estudar com calma as propostas dos projetos das criptomoedas, afinal toda moeda digital precisa possuir uma razão de existir. E além dessa análise prévia, também é preciso saber onde comprar e como comprar esses ativos, pois sua operação é diferentes dos ativos tradicionais e costuma gerar muitas dúvidas entre os investidores iniciantes (o que é uma wallet, como armazenar criptomoedas, como realizar transferências entre exchanges, como comprar no Brasil e fora do Brasil, como o Bitcoin é regulado em cada país, etc.). O site Confio na Compra é uma referência nesse setor, trazendo tutoriais de como comprar, armazenar e utilizar criptomoedas e também como analisar projetos como investimento.
Até mesmo a XP Investimentos, que pertence ao Itaú, já entrou no setor de criptomoedas no Brasil, por meio da exchange XDEX. A tendência é que o interesse nesse mercado apenas cresça com o tempo, afinal essa tecnologia está mostrando que veio para ficar, e principalmente em momentos de crise sua ascensão acentuada.